Como comenta o empresário e investidor brasileiro especializado em economia e finanças Otávio Oscar Fakhoury, a hiperinflação é um dos cenários econômicos mais devastadores, marcado por aumentos descontrolados nos preços que desvalorizam rapidamente o poder de compra da moeda. Essa condição extrema geralmente surge da interação entre políticas fiscais e monetárias mal planejadas, que desestabilizam a economia.
Saiba a seguir como essas políticas podem se combinar para criar um ambiente de hiperinflação e os mecanismos que levam a esse desfecho.
O que é hiperinflação e quais fatores a desencadeiam?
Conforme informa Otávio Oscar Fakhoury, a hiperinflação é caracterizada por taxas de inflação extremamente elevadas, geralmente acima de 50% ao mês, causando um colapso na confiança da moeda. Nesse cenário, a moeda perde rapidamente seu valor, tornando o dinheiro quase inútil para transações e poupando, além de desestabilizar o funcionamento da economia, afetando o poder de compra da população e gerando incertezas no mercado.
A principal causa da hiperinflação é o excesso de emissão de moeda para financiar déficits fiscais persistentes, agravando o desequilíbrio econômico. Quando o governo gasta mais do que arrecada e não consegue obter recursos por meio de empréstimos ou impostos, recorre à impressão de dinheiro como solução de curto prazo, o que intensifica a depreciação do poder de compra.
Além disso, expectativas de inflação descontrolada podem alimentar o problema e agravar a instabilidade econômica. Quando a população e as empresas percebem que os preços continuarão subindo, ajustam seus comportamentos de consumo e preços, criando um ciclo vicioso de aumentos constantes. A interação entre políticas fiscais e monetárias descoordenadas frequentemente é o catalisador desse processo, tornando a economia ainda mais vulnerável a choques externos.
Como a política fiscal pode contribuir para a hiperinflação?
Assim como pontua o investidor brasileiro especializado em economia e finanças Otávio Oscar Fakhoury, a política fiscal desempenha um papel central na criação de um ambiente propício à hiperinflação. Quando os gastos públicos superam as receitas por longos períodos, o déficit fiscal se torna insustentável. Em vez de reduzir despesas ou aumentar impostos, alguns governos recorrem à emissão de moeda para cobrir suas necessidades financeiras.
Essa prática, conhecida como financiamento monetário do déficit, aumenta a quantidade de dinheiro em circulação sem um correspondente aumento na produção de bens e serviços. Com mais dinheiro competindo pelos mesmos produtos, os preços começam a subir rapidamente. Além disso, a percepção de descontrole fiscal mina a confiança na economia, agravando a instabilidade.
De que forma a política monetária pode agravar a instabilidade?
A política monetária, que regula a oferta de moeda e as taxas de juros, também desempenha um papel crítico na hiperinflação. Quando os bancos centrais adotam políticas expansionistas em excesso, como redução de juros e aumento da base monetária, o risco de inflação descontrolada aumenta, especialmente em economias já fragilizadas e com baixa credibilidade no mercado internacional.
Em cenários onde a política monetária é subordinada às demandas fiscais, o banco central pode ser pressionado a imprimir dinheiro para financiar o déficit público. Como elucida o empresário Otávio Oscar Fakhoury, isso prejudica sua independência e impede a adoção de medidas necessárias para conter a inflação. Além do mais, a falta de uma política monetária clara e previsível alimenta a desconfiança nos mercados, aumentando a volatilidade.