O período de transição trazido pela reforma tributária tem provocado intensas discussões no cenário empresarial brasileiro. Para Leonardo Manzan, esse é um momento em que o planejamento tributário ganha relevância estratégica, pois fornece às empresas previsibilidade e segurança em meio às incertezas legislativas. A adoção de medidas preventivas, além de assegurar conformidade com as novas normas, pode representar a diferença entre preservar a competitividade ou enfrentar sérios riscos fiscais.
Em um ambiente de mudanças estruturais, compreender o impacto dos novos tributos e preparar-se para eles deixou de ser uma escolha e passou a ser uma necessidade. A simplificação, embora benéfica em alguns aspectos, tende a redistribuir a carga entre setores, exigindo que companhias de diferentes ramos revisem suas práticas e adaptem suas projeções financeiras.
O papel do planejamento tributário estratégico segundo Leonardo Manzan
De acordo com Leonardo Manzan, o planejamento tributário é um instrumento de governança que vai muito além da simples redução de tributos. Trata-se de avaliar cada operação, contrato e fluxo financeiro com o objetivo de identificar riscos, oportunidades e alternativas legítimas de economia fiscal. Ao fazer isso, as empresas conseguem alinhar seus interesses de expansão com as exigências da legislação, evitando autuações e litígios prolongados.
Nesse contexto, torna-se essencial antecipar cenários. As organizações precisam compreender, por exemplo, como o novo modelo de tributação sobre consumo afetará o fluxo de caixa, especialmente em setores como serviços, que poderão enfrentar maior carga tributária. Esse tipo de análise possibilita ajustes rápidos e eficazes antes que impactos negativos comprometam a saúde financeira da empresa.
Estratégias de compliance e mitigação de riscos
Outro ponto que merece destaque é o compliance tributário. Leonardo Manzan ressalta que manter políticas robustas de conformidade é fundamental para reduzir riscos e transmitir confiança ao mercado. A implementação de auditorias internas, a revisão periódica de contratos e o acompanhamento contínuo de mudanças legislativas garantem maior solidez à gestão fiscal.

Ademais, a tecnologia se tornou uma aliada indispensável nesse processo. Ferramentas de inteligência artificial e big data estão sendo utilizadas para analisar volumes massivos de informações e prever cenários com maior precisão. Esse uso estratégico da tecnologia, segundo especialistas, pode evitar inconsistências e otimizar processos de forma significativa, transformando a área fiscal em um centro de apoio às decisões de negócio.
Impactos da reforma nas decisões empresariais
A criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) gera impactos que vão além da simplificação. Leonardo Manzan observa que as empresas precisam reavaliar contratos de longo prazo, operações interestaduais e até modelos societários. O fim da guerra fiscal e a padronização de alíquotas obrigam a repensar estratégias de investimento, especialmente para companhias que se beneficiavam de incentivos regionais.
Essa realidade reforça a necessidade de flexibilidade. Organizações capazes de ajustar rapidamente seus processos internos e adaptar contratos à nova lógica tributária estarão em posição privilegiada frente à concorrência. Por outro lado, aquelas que demorarem a se adequar poderão enfrentar aumento de custos e perda de competitividade.
Preparação como diferencial competitivo no mercado brasileiro
O planejamento tributário, quando realizado de forma estratégica, não é apenas uma obrigação legal, mas um fator de diferenciação. Leonardo Manzan frisa que a preparação consistente possibilita às empresas reduzir incertezas, aproveitar benefícios fiscais e fortalecer sua governança. O treinamento de equipes, a digitalização de processos e a integração entre áreas contábil, jurídica e administrativa tornam-se passos indispensáveis para alcançar eficiência.
Adicionalmente, a reforma deve ser vista também como uma oportunidade. Organizações que conseguirem transformar o momento de transição em espaço para inovação estarão mais preparadas para competir em um mercado globalizado e em constante evolução. Leonardo Manzan aponta que empresas que alinham estratégias fiscais à sustentabilidade e à responsabilidade social tendem a conquistar não apenas eficiência econômica, mas também reconhecimento institucional e credibilidade junto a investidores e consumidores.
Em síntese, a reforma tributária impõe desafios, mas também abre portas para um modelo de negócios mais transparente e sustentável. Ao adotar o planejamento tributário como ferramenta estratégica, as empresas estarão aptas a enfrentar as mudanças de forma segura, eficiente e, sobretudo, competitiva.
Autor: Vondern Samsyre