Nem sempre o setor financeiro é visto como parceiro. Em muitas empresas, ele é lembrado como o time do “não”, dos processos lentos, da burocracia que atrasa. E essa imagem, por mais injusta que seja, não vem apenas da natureza da área — vem da forma como ela se comunica e se posiciona com os outros setores.
Mas há empresas onde o cenário é diferente. Onde o time financeiro é procurado antes de grandes decisões, respeitado nas reuniões estratégicas e até ouvido por áreas como marketing ou operações quando surge uma dúvida que não parece, à primeira vista, “da alçada deles”. Isso acontece quando o setor técnico deixa de ser apenas executor de processos e passa a ser ponte entre visão e ação.
Confiança não se impõe com organograma. Ela se constrói na entrega consistente, no cuidado com os detalhes e na forma como se responde aos outros times — mesmo quando a resposta precisa ser negativa. A forma como o financeiro diz “não” importa tanto quanto os “sins” que ele viabiliza. Um “não” com lógica, empatia e proposta alternativa aproxima. Um “não” seco e distante, afasta.
Profissionais como Robson Gimenes Pontes mostram, na prática, que o setor técnico pode ser um grande aliado da comunicação interna — mesmo sem falar muito. Quando os números são entregues com clareza, os relatórios respondem perguntas antes mesmo que elas sejam feitas, e os prazos são respeitados, as outras áreas se sentem seguras. E segurança gera parceria.
Em vez de criar barreiras, o time técnico pode criar linguagem comum. Pode ajudar áreas menos analíticas a tomar decisões com mais base. Pode traduzir o impacto financeiro de projetos criativos. Pode orientar com leveza, sem perder firmeza.
No fim, o que transforma um setor técnico em um setor estratégico é a capacidade de apoiar sem julgar, ensinar sem subestimar e influenciar sem forçar. Isso constrói pontes. E são essas pontes que mantêm a empresa funcionando com menos ruídos e mais sinergia.
Autor: Vondern Samsyre