Segundo Robson Gimenes Pontes, CEO e fundador do Shield Bank, a securitização de recebíveis vem se consolidando como uma ferramenta poderosa para empresas que precisam de liquidez sem contrair novas dívidas. Ao transformar valores a receber em ativos negociáveis no mercado, essa estratégia pode melhorar o fluxo de caixa e impulsionar investimentos com mais autonomia. No entanto, saber o momento certo de utilizá-la é o que realmente faz a diferença.
O que é a securitização e como ela funciona na prática?
Securitizar significa transformar créditos futuros em instrumentos financeiros que podem ser vendidos a investidores. Na prática, uma empresa transfere seus recebíveis, como duplicatas ou contratos de prestação de serviços, para uma securitizadora, que emite títulos lastreados nesses créditos. O valor arrecadado com a venda desses papéis retorna ao empresário em forma de capital imediato.
Robson Gimenes Pontes explica que esse mecanismo permite que empresas acessem recursos com maior rapidez e flexibilidade, sem recorrer a empréstimos convencionais com juros altos ou muita burocracia. Porém, o processo demanda uma análise criteriosa dos ativos envolvidos, contratos bem estruturados e um cenário de recebíveis com histórico sólido e previsível.
Quais são os perfis de negócio que mais se beneficiam dessa estratégia?
Empresas com receitas recorrentes e clientes com bom perfil de pagamento estão entre as principais beneficiadas pela securitização. Robson Gimenes destaca que setores como educação, saúde, imobiliário, agronegócio e prestação de serviços costumam apresentar boas condições para esse tipo de operação. Ter uma carteira de recebíveis organizada e com baixa inadimplência é fundamental.

Outro perfil estratégico envolve empresas em crescimento que precisam de capital de giro para expandir suas atividades sem aumentar o endividamento tradicional. A securitização pode viabilizar essa expansão com riscos controlados e mais previsibilidade. Porém, é importante que o empresário compreenda bem a estrutura da operação e seus impactos contábeis e jurídicos.
Quando a securitização pode ser um risco para o seu negócio?
Embora seja uma alternativa vantajosa, a securitização pode se tornar um risco quando utilizada sem o devido planejamento. Um erro comum, segundo Robson Gimenes Pontes, é recorrer a essa ferramenta em momentos de desorganização financeira, sem avaliar a qualidade dos recebíveis ou o custo efetivo da operação. Isso pode gerar prejuízos e comprometer a saúde financeira da empresa.
Empresas que dependem de clientes com alta inadimplência também devem redobrar a atenção. Se os créditos não forem pagos, a securitizadora pode exigir garantias adicionais ou encerrar a operação antes do previsto. Por isso, contar com o suporte de profissionais especializados e entender bem os termos contratuais, é indispensável para evitar surpresas.
Planejamento e inteligência financeira são a base de tudo
Usar a securitização de recebíveis com inteligência pode trazer um diferencial competitivo importante para o empresário brasileiro. Robson Gimenes Pontes reforça que o segredo está em avaliar com clareza o momento do negócio, a qualidade dos ativos e o custo benefício da operação. Não se trata apenas de antecipar receitas, mas de fortalecer a estrutura financeira com foco no futuro.
Autor: Vondern Samsyre